Nos últimos anos, os desafios éticos e os riscos corporativos se intensificaram. A crescente complexidade regulatória, o uso ampliado de tecnologias e a pressão social por maior transparência e responsabilidade transformaram o cenário das organizações. Nesse contexto, o compliance deixou de ser uma função meramente operacional para se tornar uma ferramenta estratégica crucial na prevenção de crises e no fortalecimento da cultura organizacional.
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A 6ª edição da pesquisa “Maturidade do Compliance no Brasil”, realizada pela KPMG em 2024, revela avanços significativos. O índice médio de maturidade dos programas de compliance atingiu 3,09 em uma escala de 1 a 5 — o maior desde que a pesquisa foi iniciada em 2015. O levantamento destaca que 65% das empresas já possuem uma área de compliance estruturada, e apenas 3% não contam com nenhuma função dedicada ao tema. Setores como serviços financeiros (3,5) e governo/infraestrutura (3,3) lideram o ranking, demonstrando maior investimento e atenção à conformidade legal e ética.
A pesquisa também aponta um maior engajamento estratégico: 68% das empresas têm o programa de compliance revisado anualmente pela alta administração. Contudo, a eficiência na gestão de riscos de terceiros ainda é um ponto crítico: pouco mais da metade das empresas afirmam realizar due diligence de forma eficaz, o que representa um fator de vulnerabilidade relevante.
Esses dados mostram que, embora o compliance tenha evoluído, os desafios permanecem expressivos. O ambiente regulatório no Brasil é denso e mutável, exigindo atualização constante das políticas internas. Além disso, muitas organizações ainda enfrentam resistência cultural à implementação de programas de integridade, especialmente em estruturas familiares ou em setores com governança historicamente menos desenvolvida.
Outro ponto de atenção é a integração do compliance com os princípios ESG (ambiental, social e governança), uma tendência cada vez mais presente em empresas que buscam reputação sólida e longevidade. O compliance moderno não se limita à prevenção de fraudes e corrupção; ele atua diretamente na construção de uma cultura corporativa ética e sustentável, alinhada às expectativas de investidores, consumidores e reguladores.
A evolução tecnológica também impulsiona mudanças no setor. O uso de automação, inteligência artificial e análise de dados tem transformado o compliance de uma função reativa para uma abordagem preditiva. Especialistas indicam que o futuro do compliance envolve sistemas capazes de identificar comportamentos suspeitos e riscos com antecedência, permitindo intervenções mais eficientes e preventivas.
Hui Chen, referência no tema e ex-consultora do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, enfatiza que a combinação entre tecnologia e ética será determinante na nova geração de programas de compliance. No entanto, ela alerta que a adoção de inteligência artificial exige governança rigorosa para evitar abusos, vieses e impactos negativos à privacidade.
Nesse cenário, o papel do profissional de compliance se torna ainda mais estratégico. Ele precisa dominar não apenas as normas legais, mas também ferramentas tecnológicas, habilidades de gestão de riscos e competências comportamentais. Mais do que um fiscalizador, esse profissional atua como educador interno, promotor da cultura ética e articulador entre diferentes áreas da organização.
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